sábado, abril 25, 2009

Preta-Negra



Foto de Berger, Adrian

Homenagem à mulher negra ou à Mulher que se quer negra?

De todas as etnias e fenótipos, tanto mais que o fenómeno Arianismo, do Séc. XX, não o povo Ariano das lucubrações Evangélicas em Jerusalém, está francamente decadente sendo hoje marginal às sociedades uma vez que, com a globalização, recebeu o golpe final dado pelo processo iniciado com os Descobrimentos/Achamentos Portugueses Quinhentistas e a profusão da miscigenação genética humana.

Da miscigenação de etnias resultou um novo Homo sapiens sapiens mais forte, mais apto e mais belo.

Esta afirmação, ainda que encerre verdade científica, não é pacífica...

Tomando como exemplo mais próximo e rico da experiência portuguesa a situação racial no Brasil, por ser o território onde se miscigenaram mais grupos étnicos, tenho a salientar o caso da mulher afro-índio-indo-europeia resultante da miscigenação dos negros africanos com os índios brasileiros e com os europeus das mais diferentes etnias. Não se fazendo o "apuramento da raça", vulgo "selecção genética" na espécie humana, os genes foram-se misturando de forma aleatória e ao sabor das paixões de cada um, exprimindo-se mais ou menos espectacularmente quer no fenótipo, quer no genótipo da progénie resultante.

Fazer um levantamento genético do povo brasileiro, na República Federativa do Brasil, deveria ser um trabalho hercúleo, para despistar uma qualquer morbilidade a exemplo do que foi feito na Ilha de Sta. Helena a propósito da Asma.

Tudo isto vem a propósito de uma conversa interminável que mantenho com uma amiga do centro Oeste brasileiro, Campo Grande-Mato Grosso do Sul, sobre o seu fenótipo, ela defende ser negra, embora as suas características físicas, exceptuando a coloração da pele e o cabelo, sejam de índio com laivos de caucasiano. Tudo isto fruto da miscigenação ancestral que resultou nela. Sendo que a sua irmã mais velha manifesta um fenótipo muito mais próximo e identificado com o negróide. Coisas da genética...

Índia preta-negra... relaciona-se mais com "aquilo com que se identifica" do que com "aquilo com que se parece ser".

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Flor do quilombo)
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Observatório da Mulher)
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Furnas do Dionísio)

Eva e a Serpente



Ao ver esta foto de Peterson, Brian, de imediato lembrei o Livro de Genesis e a parábola da expulsão do Jardim do Éden...

Apresentando διάβολος tantas formas ao longo da eternidade em que acompanha e contraria יהוה(YHVH - Adonay), este disfarce foi sublime... mas seria Ele a mulher ou a serpente? ambas têm um perigoso encanto e exercem em mim, e na demais Humanidade, um certo fascínio, positivo ou negativo, mas exercem, ninguém lhes fica indiferente, a mulher por ser mulher e a serpente pelas conotações que se lhe colaram desde então e o medo que instilado e arreigado nos mores e tradições das mais diversas culturas leva a que a maioria dos cidadãos prefira evitar o contacto (as excepções só confirmam a regra), com ela.

Por falar no διάβολος vem-me à memória Baphomet, li há pouco um texto de uma não-amiga que se referia a um διάβολος que se cruzou com ela e por quem teve uma paixoneta, por assim dizer, ora o símbolo do Baphomet é fálico, visto que numa das suas representações há a presença literal do falo devidamente inserido num vaso (símbolo claro da vulva). O Baphomet de Levi possui mamas de mulher e o pénis é metaforicamente representado por um Caduceu. Este tipo de simbologia sexual aparece com frequência na alquimia (o coito do rei e da rainha), com a qual o ocultismo tem relação. Vêm estas lucubrações a propósito do descuido dessa não-amiga nos seus relacionamentos amorosos a ponto de se envolver com o Demo, ignorando a multiplicidade de facetas que Ele pode apresentar e sem cuidar de inspeccionar o dorso em busca do pentagrama invertido, antes fixando-se no torso atlético e bestial.

É certo que sobre Baphomet não há certezas, a mim encanta-me esta interpretação pelas nuances que encerra e as possibilidades que deixa ao livre arbítrio do intelecto individual na sua interpretação.

Voltando ao ponto de partida, ambas as personagens principais se deram mal... como sabemos...

A Mulher passou a perpetuar a espécie num momento de dor excruciante em que o novo ser é dado à Luz (cada vez mais cara!) rasgando as entranhas da progenitora numa sede de Vida; e a Serpente passou a rastejar ad eterno sem remissão nem redenção, embora tentasse sair de cena de "fininho"... em vão, aliás no chão...
Quanto ao protagonista, foi o primeiro a fazer papel de tótó... se conhecesse Trancoso, BA; o Meco, Portugal; St Tropez, França; ou a actual crise económico-financeira global, não teria passado pelas vicissitudes que passou e nos faz passar.

É caso para dizer:"ele há coisas do διάβολος!"...

Nota: Diabo (do latim diabolus, por sua vez do grego antigo διάβολος, transl. diábolos, "aquele que separa")