quinta-feira, maio 28, 2009

Apneia do sono e roncopatia

Estimadas vítimas voluntárias destes meus devaneios literários. É óptimo blogar! escrevemos e enviamos a alguns eleitos (as vítimas) os frutos da nossa verve, reduzida a escrito, via correio electrónico... o incauto abre o e-mail e, já está, passa a leitor, quanto mais não seja por vergonha de nos dizer que não leu, que não sabe do que se trata, aquando do próximo encontro, nunca falha... :)

Então, cá vai disto...

Hoje dirigi-me ao Hospital de Pulido Valente, à Consulta Externa de Pneumologia II, a fim de saber  a sentença a propósito de uma alegada apneia do sono e uma assumida roncopatia que me levaram a dormir no hospital, todo monitorado, para aferir da veracidade e pertinência das suspeitas levantadas pela Dra. Leopoldina Gomes, minha con(muita)sorte, modéstia à parte...

Ainda que me custe, a consorte tinha razão, afinal não é em vão que partilhamos o leito... ela está atenta ao meu soninho pueril, e, enquanto velava, reparou que eu parecia interromper os portentosos movimentos respiratórios, provocando irritantes pausas  na melódica serenata provocada pela passagem do ar nas minhas Pavarotianas vias respiratórias, fenómeno a que os médicos chamam roncopatia... mas, como tendem a apodar tudo de qualquer coisa, lembraram-se de chamar as pausas respiratórias de apneia...

Resumindo, das medições feitas resultou que, alegadamente (resta aferir do grau de precisão do equipamento usado...) aqui o menino faz 13 pausas respiratórias por hora enquanto faz ó-ó. Sendo ainda um "rapaz novo" (aos 47 anos e muitos "pozes"... nesta foram bem...), resolveram os clínicos especialistas das doenças do sono que deveria usar o "aparelho". Já me perguntava o que teriam os meus dentes de errado, eles que tão bons serviços me têm prestado ao longo desta viagem que em conjunto mantemos, quando me apercebi pela descrição que a Dra. Paula Pinto fazia do dito, "...é tipo telefone fixo, em termos de dimensões, de onde saem uns tubinhos...", salvos os dentes... mas quem é que dorme com o telefone?... bom logo se vê...

Que as pausas respiratórias diminuem o aporte de oxigénio ao sangue e aos tecidos, cérebro incluído; que ando sempre cansado, mesmo sem dar por isso; que os meus índices e performance  intelectuais vão melhorar ( oh Dra. isso não é possível... o Einstein ficaria envergonhado...); e lá foi aduzindo razões para me animar a usar o dito aparelho, mas vinguei-me...

Aceitei tudo sem reclamar... todo aquele discurso preparado para convencer os mais renitentes esbateu-se de encontro à falta de resistência da minha parte... ouvi troar os cornetins da victória moral acabada de obter ao desarmar o adversário sem luta... desarmada com o anuimento e um sorriso... não perdi o jeito... :)

Não disse, mas digo agora que, além de competente, a Dra. Paula Pinto é bonita e simpática, interage muito com o paciente, procura cativá-lo para a opção clínica escolhida para o seu caso. O paciente tem parte activa no processo, sente que faz parte da solução.

Por mim, está quase tudo bem, desde que não interfiram na dietazita... "morra Marta, morra farta", sempre ouvi dizer e perfilho a opinião...


Quanto aos efeitos secundários ou concomitantes evocados na reportagem em epígrafe... ignoro...