domingo, dezembro 19, 2010

Pindjiguiti



Desde 1959, a 3 de Dezembro, com a ocorrência do "massacre do porto de Pindjiguiti", até hoje a data ficou marcada no calendário bissau-guineense como uma cifra negra da história nacional. Dele porém pouco mais resta que a memória desconexa dos sobreviventes e respectivos relatos, a "aritmética do sangue", sempre falaciosa e desencontrada, variando conforme o lado que a escreveu entre 20 e 50 mortos... e as cerimónias comemorativas que a cada ano se realizam para homenagear os que faleceram e lembrar aos vivos que outros, antes, padeceram também na luta pelos seus direitos cívicos e sociais.

Curiosamente, hoje, independente, a República da Guiné-Bissau está mais dependente da ajuda externa (dos chamados, países "amigos"), do que estava enquanto Província da Guiné, colónia portuguesa e o rendimento per capita é inferior àquele que levou à greve dos estivadores do porto de Pindjiguiti... vicissitudes da História...

Associado às comemorações está um evento de índole cultural o "Festival Cultural de Pindjiguiti" que este ano homenageia Aliu Bari, ex-Cobiana DJazz Nacional, banda emblemática do pós-independência, músico, cantor e compositor, ex-preso político na época colonial na Ilha das Galinhas, agricultor e activista dos Direitos humanos na LGDH.