quarta-feira, junho 18, 2014

O Engenho e a Arte

" E também as memórias gloriosas
daqueles reis que foram dilatando
a Fé, o Império, e as terras viciosas
de África e de Ásia andaram devastando,
e aqueles que por obras valerosas
se vão da lei da morte libertando,
cantando espalharei por toda a parte
se a tanto me ajudar o engenho e a arte."

Permito-me citar do Canto I a estância 2, desse Poema Épico do Poeta-mor Luso, Luís Vaz de Camões, "Os Lusíadas", para através dele homenagear a obra em curso por parte da minha sobrinha-amiga-companheira de lutas estudantis, mas acima de tudo uma "valerosa" mulher bissau-guineense, Dra. Carmelita Pires.

No sec. XVI já Luís Vaz apodava de "terras viciosas" o território ainda mal conhecido, onde hoje a nossa "Ita" procura ajudar as crianças de uma zona desfavorecida materialmente, mas de grande riqueza e potencial humano a terem um futuro mais promissor, investindo na sua educação, passando à prática o estafado slogan de Cabral "as crianças são as flores da revolução...", que mal tratado tem sido o jardim e as suas flores...

Mulher de acção, em vez de lamentar o que o Estado não fez/faz, a Ita lançou-se na concretização da "sua" escola, rudimentar q.b. mas com o essencial para permitir aos 154 alunos um ano lectivo sem interrupções e de aprendizagem de qualidade.

Poderão pensar que é uma gota no oceano, mas é mais uma gota e é o conjunto das gotas da chuva que faz os mananciais que originam dilúvios... 

Aqui fica a minha homenagem, singela, suspeita é certo, mas manifestei acima o eventual "conflito de interesses" que poderia toldar a justiça destas minhas palavras em relação à obra de alguém que me é caro, e que "por obras valerosas se vai da lei da morte libertando" e que sem engenho nem arte espalho, via net, por toda a parte.