Oncalé era, em Bolama - então capital colonial da Guiné Portuguesa -, o local onde os resíduos sólidos provenientes do saneamento básico urbano desaguavam no Oceano Atlântico, no porto.(Esgoto)
quinta-feira, junho 16, 2005
Vamos a votos... Domingo
mapas da República da Guiné-Bissau
"538.471 eleitores inscritos para as presidenciais de domingo
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau anunciou hoje que estão inscritos 538.471 eleitores para votar nas terceiras eleições presidenciais da Guiné-Bissau, que se disputam domingo.
Num relatório com as estatísticas do sistema de registo eleitoral, o recenseamento eleitoral feito de raiz entre Fevereiro e Abril deste ano, permitiu clarificar o total de cidadãos inscritos que corresponde, em média, a menos de 10 por cento dos eleitores que constavam nas listas das legislativas de Março de 2004.
Bissau, contado como sector autónomo e uma das nove regiões em que se divide administrativamente a Guiné-Bissau, continua a contar com o maior número de eleitores, estando inscritos 144.016, o que corresponde a 26,7 por cento do total.
Depois vem a região de Oio (centro norte), feudo da etnia balanta, com 80.530 eleitores inscritos (15 por cento), seguida pelas de Gabu (72.513 - 13,4 pc) e Bafatá (71.003 - 13,1 pc), ambas no leste e onde são habitadas maioritariamente por fulas e mandingas, que normalmente decidem as votações.
A quinta região com maior número de votantes é a de Cacheu (norte), com 64.065 (11,9 pc), seguida pelas de Tombali (centro sul, 36.250 - 6,7 pc), Biombo (centro litoral, 32.514 - 6 pc), Quínara (sul, 22.612 - 4,2 pc) e Bolama/Bijagós (oeste, 14.958 - 2,7 pc).
Para que possam votar, os eleitores terão disponíveis 2.210 assembleias de voto, espalhadas pelas nove Comissões Regionais de Eleições (CRE), para onde já seguiu todo o material eleitoral.
Segundo o presidente da CNE, no dia da votação, as urnas abrem às 07:00 locais (08:00 em Lisboa) e encerram às 17:00, podendo manter-se abertas no caso de, à hora de fecho, ainda houver eleitores a aguardar pela vez de exercer o seu direito cívico." in «Notícias Lusófonas - 15/06/2005»
Aceitam-se apostas...
José Fontinhas
Eugénio de Andrade (1923-2005)
Junho tem sido predatório para a cultura portuguesa, aqui assinalo mais uma perda maior e apresento o meu preito de homenagem a Eugénio de Andrade. A melhor forma de o fazer, em meu entender, é elencar a sua obra.
Bibliografia
Livros de Poesia
"Adolescente". Lisboa, ed.do Autor, 1942.
"Pureza". Lisboa, Livraria Francesa, 1945.
"As Mãos e os Frutos".Lisboa, Portugália, 1948.
"Os Amantes sem Dinheiro". Lisboa, Centro Bibliográfico, 1950.
"As Palavras Interditas". Lisboa, Centro Bibliográfico, 1951.
"Até Amanhã". Lisboa, Guimarães Editores, 1956.
"Coração do Dia". Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1958.
"Mar de Setembro".1961.
"Ostinato Rigore". Lisboa, Guimarães Editores, 1964.
"Obscuro Domínio". Porto, Editorial Inova, 1971.
"Véspera da Água". Porto, Editorial Inova, 1973.
"Escrita da Terra e Outros Epitáfios". Porto, Editorial Inova, 1974.
"Limiar dos Pássaros". Porto, Limiar, 1976
"Memória Doutro Rio". Porto, Limiar, 1978.
"Matéria Solar". Porto, Limiar, 1980
"O Peso da Sombra". Porto, Limiar, 1982.
"Branco no Branco". Porto, Limiar, 1984.
"Aquela Nuvem e Outras". Porto, Edições Asa, 1986.
"Contra a Obscuridade". Lisboa, Círculo de Leitores.
"Vertentes do Olhar". Porto, Limiar, 1987.
"O Outro Nome da Terra".
"Rente ao Dizer"
"Homenagens e Outros Epitáfios"
"Ofício de Paciência"
"Antologia Breve"
"O Sal da Língua". Porto, Fundação Eugénio de Andrade, 1995.
Livros de Prosa
"Os Afluentes do Silêncio". Porto, Editorial Inova, 1968.
"História da Égua Branca". Porto, Edições Asa, 1976.
"Rosto Precário". Porto, Limiar, 1979.
"À Sombra da Memória".
Obras Colectivas de Poesia e de Poesia e Prosa
"Poemas". Lisboa, Portugália Editora, 1966.
"Obra de Eugénio de Andrade". Porto, Editorial Inova, 1973-1974.
"Obra de Eugénio de Andrade". Porto, Limiar, 1977-
"Poesia e Prosa". (1940-1979), 2 vols., Lisboa, Casa da Moeda, 1980.
"Poesia e Prosa". (1940-1980), Porto, Limiar, 1981.
"Poesia e Prosa". (1940-1986), 3 vols.,Lisboa, Círculo de Leitores, 1987.
Antologias de Poesia
"Antologia" (1945-1961). Lisboa, Delfos, 1961.
"Antologia Breve". Porto, Editorial Nova, 1972.
"Chuva sobre o Rosto". Porto, Editorial Nova, 1976.
"Primeiros Poemas". Porto, Editorial Nova, 1977.
"Poesia em Verso e Prosa". Lisboa, Círculo de Leitores, 1980.
"Coração Habitado", Porto, O Oiro do Dia, 1983.
Plaquetas e Edições Avulsas
A) De Poesia:
"Eros de Passagem". Porto, Editorial Nova, 1968.
"Limiar dos Pássaros". Suplemento da revista "Nova" nº1, Inverno de 1975-1976.
"Requiem para Pier Paolo Pasolini". Porto, Editorial Inova, 1977.
"Epitáfios de Agosto". Porto, Editorial Inova, 1978.
"Pintores e Poetas Portugueses", vol.II, 2ª série. Lisboa, Altamira, 1985.
B) De Prosa:
"Júlio Resende entre a Angústia e a Esperança". Porto, O Oiro do Dia, 1981.
"A Domingos Peres das Eiras, com umas violetas". Porto, Fundação Eng.º António de Almeida, 1986.
(Edição trilingue: português, inglês e francês).
Traduções
"García Lorca, Antologia Poética". Coimbra, Coimbra Editora, 1946.
"Federico García Lorca, Amor de Dom Perlimplim com Belisa em Seu Jardim". Lisboa, Delfos, 1961.
"Cartas Portuguesas Atribuídas a Mariana Alcoforado". Porto, Editorial Inova, 1969.
(Edição bilingue).
"Poemas e Fragmentos de Safo". Porto, Limiar, 1974.
"Dez Poemas de García Lorca". Porto, Editorial Inova, 1978.
"Doze Poemas de Yannis Ritsos". Porto, Editorial Inova, 1978.
"Trocar de Rosa". Lisboa, A Regra do Jogo, 1980.
"Pequeno Retábulo de S.Cristóvão", de Federico García Lorca. Porto, O Oiro do Dia, 1980.
Antologias de Textos de diversos Autores
"Daqui Houve Nome Portugal". Porto, Editorial Inova, 1968.
"Memórias de Alegria". Porto, Editorial Inova, 1971.
"Duas Cidades". Porto, Editorial Inova, 1971.
"Versos e Alguma Prosa de Luís de Camões". Porto, Editorial Inova, 1972.
"Variações sobre um Corpo". Porto, Editorial Inova, 1972.
"O Poeta e a Cidade". Porto, Editorial Nova, 1972.
"Alentejo Não Tem Sombra". Porto, O Oiro do Dia, 1982.
"Eros de Passagem. Poesia Erótica Contemporânea". Porto, Limiar, 1982.
"Escrito na Cal." Porto, ed.da Câmara Municipal de Portel, 1984.
Obras Traduzidas
Alemanha:
"Die weibe Stute", in "Dichter Europas erzählen Kindern". Trad. de Helmut Frielinghaus, Colónia, Midlhauve, 1972.
Ex-Checoslováquia:
"Portugalski Kvartet" (Jorge de Sena, Mário Cesariny de Vasconcelos, Eugénio de Andrade, Herberto Hélder). Trad. de Mirko Tomasovic, Zagreb, Znanje Zagreb, 1984.
Espanha:
"Antología Poética 1940-1980". Versão de Ángel Crespo, Barcelona, Plaza & Janes, 1981.
"Escritura de la Tierra", III. Trad. de José Luís García Martín, in "Fin de Siglo", nº8, Jerez de la Frontera, 1984.
"Memoria d'Outru Riu". Trad. (em bable) de António García, Oviedo, Libros de Frou, 1985.
"Blanco en lo Blanco". Trad. de Fidel Villar Ribot, Granada, Editorial D.Quijote, 1985.
"Vertientes de la Mirada y Otros Poemas en Prosa". Trad. de Ángel Crespo, Madrid, Ediciones Júcar, 1987.
"Ostinato Rigore". Trad. de Manuel Guerrero, pref. de Eduardo Lourenço, Barcelona, Ediciones de Mall, 1987.
"Matéria Solar". Trad. (em catalão) de Vicente Berenguer, Valência, Gregal Llibres, 1987.
"Contra la Escuridade". Trad. (em bable) de Antonio García, Oviedo, Academia de Língua Asturiana, 1987.
Estados Unidos:
"Inhabited Heart: The Select Poems of Eugénio de Andrade". Trad. de Alexis Levitin, Van Nuys, Califórnia, Perivale Press, 1985.
"White on White". Trad. de Alexis Levitin, in "Quaterly Review of Literature", Princeton, New Jersey.
"Memory of Another River". Trad. de Alexis Levitin, St. Paul, Minnesota, New Rivers Press, 1988.
"The Slopes of a Gaze". Trad. de Alexis Levitin, Plattsburgh, New York, Apalachee Press, 1992.
(Edição bilingue: português e inglês).
França:
"Vingt-sept Poèmes d'Eugénio de Andrade". Trad. e impressão de Michel Chandeigne, Paris, 1983.
"Une Grande, Une Immense Fidélité". Trad. de Christian Auscher, Paris, Chandeigne, 1983.
"Matière Solaire". Trad. de Mª Antónia Câmara Manuel, Michel Chandeigne e Patrick Quiller, Paris, La Différence, 1987.
"Les Poids de l'Ombre". Trad. de Mª Antónia Câmara Manuel, Michel Chandeigne e Patrick Quiller, Paris, La Différence,1987.
Itália:
"Ostinato Rigore, Antologia Poetica". Trad. de Carlo Vittorio Cattaneo, Roma, Edizioni Abete, 1975.
"Memoria d'un Altro Fiume". Trad. de Carlo Vittorio Cattaneo, Luxemburgo, Éditions Internationales Euroeditor, 1984.
México:
"Brevisima Antología". Trad. de A. Ruy Sánchez, México, Universidad Nacional Autónoma, 1981.
Ex-URSS:
"Poesia Portuguesa Contemporânea": José Gomes Ferreira, Jorge de Sena, Carlos Oliveira e Eugénio de Andrade. Trad. de Elena Riáuzova, Moscovo, Editorial Progress, 1980.
Venezuela:
"Blanco no Blanco". Trad. de Francisco Rivera, Caracas, Fundarte, 1987.
Portugal:
"Ostinato Rigore", edição bilingue (português e francês), com traduções de Bruno Tolentino e de Robert Quemserat, Porto, Editorial Inova, 1971.
"Escrita da Terra e Outros Epitáfios", edição bilingue (português e italiano), com traduções de Vottorio Cattaneo, Porto, Editorial Inova, 1974.
"Changer de Rose, Poèmes de Eugénio de Andrade traduits em espagnol, français, italien, anglais et alemand." Trad. de Ángel Crespo, Xosé Lois García, Pilar Vásques Cuesta, Armand Guibert, Robert Quemserat, Isabel Magalhães, Sophia de Mello Breyner e Guillevic, Bruno Tolentino, Carlo Vittorio Cattaneo, Guiseppe Tavani, Luciana Stegagno Picchio, Jonathan Griffin, Jean R. Longland, Mário Cláudio e Michel Gordon Lloyd, Erwin Walter Palm, Curt Meyer-Clason, Porto, Editorial Inova, 1978.
Edições Especiais
"30 Poemas, Poemas, Poèmes, Poems"
(entre muitas outras)
Até sempre Camarada!
Dr. Álvaro Barreinhas Cunhal (Duarte) (1913-2005)
Figura polémica mas, inolvidável e marcante ao longo de 74 anos de actividade política. Mesmo não comunhando, no geral, das ideias que sempre defendeu e das vias que seguiu rumo ao seu ideal, não posso deixar de modestamente homenagear esta figura maior da nossa história contemporânea, quer nacional quer europeia. Com intervenção de tomo a nível político mas, também na literatura, no comentário político e nas belas-artes, nomeadamente desenho e pintura, deixa um espaço vazio que díficilmente será colmatado no curto prazo. Que a terra lhe seja leve!