Hoje a minha veia proeminente é a política, como tal vou "politicar"...
"Segundo John Neville Keynes, a ciência pode ser dividida em ciência
positiva que consiste no corpo de saber sistematizado que diz respeito
ao que é, em ciência normativa, isto é, o corpo de saber sistematizado
que discute os critérios do que deveria ser e em arte, que se deve
entender como um sistema de regras para a obtenção
de um dado fim. Assim, é económico tal aspecto da conduta humana,
individual ou colectiva, segundo o qual, na presença de uma escolha
entre meios limitados, se procura o melhor resultado possível, o que
supõe a definição em cada situação das noções de custo, de risco ou de
valor das finalidades. É também económico tal aspecto de uma organização
das relações de produção e de distribuição do produto no seio de uma
sociedade que tende para a satisfação de um certo ideal, o que supõe a
definição em cada caso das noções de bem comum, de progresso ou de custo
humano." PhD. Eng.º P. Damião Henriques escreveu estas sábias palavras
que aqui reproduzo e retratam tudo aquilo que não está a acontecer na
RGB neste momento, e é pena que assim seja, pois este raciocínio simples
encerra em si as mais elementares regras de convivência urbana e cívica
conducentes ao bem-estar comum, qualquer que seja o ideário ou a
doutrina prevalecente.
Sinceramente nem critico os militares do "Comando militar", afinal agiram do único modo que conhecem... ao entenderem em risco o que quer que fosse... nem tampouco critico os políticos cujas propostas não mereceram nunca o apoio e confiança dos seus concidadãos a ponto de lhes granjear representação na Casa da Democracia aquando dos pleitos eleitorais, afinal a ocasião... a culpa não é de ninguém e é de todos... de uns por agirem de boa fé, de outros por, agindo de má-fé, desconfiarem que os que agiam de boa-fé, estavam agindo de má-fé... logo a culpa é da fé. Economicamente falando podíamos considerar a fé como o custo de oportunidade da classe política...
Politiquei... :(
Oncalé era, em Bolama - então capital colonial da Guiné Portuguesa -, o local onde os resíduos sólidos provenientes do saneamento básico urbano desaguavam no Oceano Atlântico, no porto.(Esgoto)
terça-feira, maio 29, 2012
quinta-feira, maio 24, 2012
As armas e os barões
Assim se inicia o poema épico de Luís Vaz de Camões, curiosamente parece ser assim que termina a República da Guiné-Bissau... sendo as armas e os barões outros que não os Camonianos...
De proto-Estado respeitado a estado em estado-de-sitio bastaram 37 anos de desmandos e fartar vilanagem por parte de alguns para desgraça de todos os outros.
De uma luta de libertação nacional exemplar que a todos inspirou respeito e consideração a uma pleiade de golpes-de-estado-tiro-no-pé que inexoravelmente nos garantiram lugar cativo entre os "damnés de la terre".
De um estado nação a um estado de nações, perdidos os valores de antanho que nos mantinham unidos e focados nos objectivos de uma pátria, uma só nação, um futuro melhor... as crianças são as flores da revolução, etc. e tal... hoje rouba-se o futuro às crianças e à nação em prol de interesses escusos, mesquinhos e egocêntricos.
Lembra-me o "poema negro": "não sei por onde vou, não sei para onde vou, sei que não vou por aí!". Infelizmente o caminho rejeitado é o do progresso, da prosperidade, do respeito pelo outro, da cidadania, do urbanismo e do civismo.
Depois há os outros, como eu, que de fora nos vamos insurgindo, treinadores de bancada/sofá, mas que podemos julgar com base nos slow motions dos replays televisivos e como críticos da obra feita temos sempre razão... ou razões...ainda que contraditórias, de acordo com a "cor" dos "óculos" que usamos... no interim os locais continuam sobrevivendo, lutando, aguentando estoicamente a estroinice de alguns que têm o poder de poder fazer pois detêm as armas e não hesitam em usá-las e de outros que, livres da pressão de ter de viver sob pressão, vão dando "bitaites" mais ou menos educados sobre como devia ser o que não é.
Hoje o meu pai perfaz 82 anos, lutou pela independência do seu país, como muitos outros da sua geração, sofreu as agruras da prisão política, idealizou com Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Fernando Fortes, Luís Cabral e Júlio Almeida, naquela casa no bairro da Tchada, em Bissau, a 19 de Setembro de 1956, uma Guiné onde coubessemos todos em harmonia. Viu o desaparecimento físico de uma boa parte dos seus "camaradas"; viu o desmoronar do sonho de uma Guiné independente e próspera; assiste aos eventos bélicos da actualidade que coartam o desenvolvimento sustentável do país; assiste ao descalabro social e moral do país. Assiste ao desmoronar da utopia que o levou a insurgir-se contra o poder colonial. Hoje, não deve estar orgulhoso com o rumo que a Guiné-Bissau independente leva. Mas de certeza que não perdeu a esperança de assistir ao surgimento de uma Guiné melhor, tal como a idealizaram nos idos de 1956... sem armas nem barões...
De proto-Estado respeitado a estado em estado-de-sitio bastaram 37 anos de desmandos e fartar vilanagem por parte de alguns para desgraça de todos os outros.
De uma luta de libertação nacional exemplar que a todos inspirou respeito e consideração a uma pleiade de golpes-de-estado-tiro-no-pé que inexoravelmente nos garantiram lugar cativo entre os "damnés de la terre".
De um estado nação a um estado de nações, perdidos os valores de antanho que nos mantinham unidos e focados nos objectivos de uma pátria, uma só nação, um futuro melhor... as crianças são as flores da revolução, etc. e tal... hoje rouba-se o futuro às crianças e à nação em prol de interesses escusos, mesquinhos e egocêntricos.
Lembra-me o "poema negro": "não sei por onde vou, não sei para onde vou, sei que não vou por aí!". Infelizmente o caminho rejeitado é o do progresso, da prosperidade, do respeito pelo outro, da cidadania, do urbanismo e do civismo.
Depois há os outros, como eu, que de fora nos vamos insurgindo, treinadores de bancada/sofá, mas que podemos julgar com base nos slow motions dos replays televisivos e como críticos da obra feita temos sempre razão... ou razões...ainda que contraditórias, de acordo com a "cor" dos "óculos" que usamos... no interim os locais continuam sobrevivendo, lutando, aguentando estoicamente a estroinice de alguns que têm o poder de poder fazer pois detêm as armas e não hesitam em usá-las e de outros que, livres da pressão de ter de viver sob pressão, vão dando "bitaites" mais ou menos educados sobre como devia ser o que não é.
Hoje o meu pai perfaz 82 anos, lutou pela independência do seu país, como muitos outros da sua geração, sofreu as agruras da prisão política, idealizou com Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Fernando Fortes, Luís Cabral e Júlio Almeida, naquela casa no bairro da Tchada, em Bissau, a 19 de Setembro de 1956, uma Guiné onde coubessemos todos em harmonia. Viu o desaparecimento físico de uma boa parte dos seus "camaradas"; viu o desmoronar do sonho de uma Guiné independente e próspera; assiste aos eventos bélicos da actualidade que coartam o desenvolvimento sustentável do país; assiste ao descalabro social e moral do país. Assiste ao desmoronar da utopia que o levou a insurgir-se contra o poder colonial. Hoje, não deve estar orgulhoso com o rumo que a Guiné-Bissau independente leva. Mas de certeza que não perdeu a esperança de assistir ao surgimento de uma Guiné melhor, tal como a idealizaram nos idos de 1956... sem armas nem barões...
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