O arquitecto José Carlos Ary dos Santos compôs este poema em homenagem ao 25 de Abril de 1974 em Portugal, que pôs fim ao regime político designado "Estado Novo" e repôs o Estado de Direito e as Liberdades individuais e de expressão. Acho que é uma boa forma de marcar o dia e recordar o poeta.
Oncalé era, em Bolama - então capital colonial da Guiné Portuguesa -, o local onde os resíduos sólidos provenientes do saneamento básico urbano desaguavam no Oceano Atlântico, no porto.(Esgoto)
domingo, abril 26, 2009
25 de Abril em Portugal
Ontem celebrámos o 35.º aniversário da "Revolução dos Cravos" que pôs fim aos 48 anos do "Estado Novo" dos Presidentes do Conselho de Ministros PhD Oliveira Salazar e PhD Marcello Caetano, sob as presidências de Marechal António Óscar de Fragoso Carmona, de General Francisco Hígino Craveiro Lopes e do Almirante Américo de Deus Rodrigues Thomaz.
Quando recordo esse dia, só me vem à ideia o não ter havido aulas, as estações emissoras radiofónicas só transmitiam música marcial e notícias e não entender nada do que se passava, apesar dos 12 anos e de ser filho de um preso político e militante anti-fascista. Mais tarde a revolução entrou-nos pela casa dentro na presença dos líderes do PAIGC que, de passagem por Lisboa para negociar a independência da Guiné e Cabo Verde, não deixavam de passar lá por casa para ver os filhos do Elisée Turpin.
Hoje é com alguma dificuldade que explico aos meus filhos o que foi o 25 de Abril e é com alguma preocupação que vejo que tendo vivido o momento, não captei na altura, nem me importei muito com isso, o valor das conquistas de Abril, as tais "portas que Abril abriu" de Ary dos Santos. E vejo que para os meus filhos não passa de mais um feriado em que os orgãos de soberania se desdobram em discursos que lhes não dizem absolutamente nada. Tal como a mim, então, não disse muito o evento que hoje celebramos.
Como Hector Berlioz disse:"O tempo é um óptimo professor. Pena que mata os seus alunos..."
sábado, abril 25, 2009
Preta-Negra
Foto de Berger, Adrian
Homenagem à mulher negra ou à Mulher que se quer negra?
De todas as etnias e fenótipos, tanto mais que o fenómeno Arianismo, do Séc. XX, não o povo Ariano das lucubrações Evangélicas em Jerusalém, está francamente decadente sendo hoje marginal às sociedades uma vez que, com a globalização, recebeu o golpe final dado pelo processo iniciado com os Descobrimentos/Achamentos Portugueses Quinhentistas e a profusão da miscigenação genética humana.
Da miscigenação de etnias resultou um novo Homo sapiens sapiens mais forte, mais apto e mais belo.
Esta afirmação, ainda que encerre verdade científica, não é pacífica...
Tomando como exemplo mais próximo e rico da experiência portuguesa a situação racial no Brasil, por ser o território onde se miscigenaram mais grupos étnicos, tenho a salientar o caso da mulher afro-índio-indo-europeia resultante da miscigenação dos negros africanos com os índios brasileiros e com os europeus das mais diferentes etnias. Não se fazendo o "apuramento da raça", vulgo "selecção genética" na espécie humana, os genes foram-se misturando de forma aleatória e ao sabor das paixões de cada um, exprimindo-se mais ou menos espectacularmente quer no fenótipo, quer no genótipo da progénie resultante.
Fazer um levantamento genético do povo brasileiro, na República Federativa do Brasil, deveria ser um trabalho hercúleo, para despistar uma qualquer morbilidade a exemplo do que foi feito na Ilha de Sta. Helena a propósito da Asma.
Tudo isto vem a propósito de uma conversa interminável que mantenho com uma amiga do centro Oeste brasileiro, Campo Grande-Mato Grosso do Sul, sobre o seu fenótipo, ela defende ser negra, embora as suas características físicas, exceptuando a coloração da pele e o cabelo, sejam de índio com laivos de caucasiano. Tudo isto fruto da miscigenação ancestral que resultou nela. Sendo que a sua irmã mais velha manifesta um fenótipo muito mais próximo e identificado com o negróide. Coisas da genética...
Índia preta-negra... relaciona-se mais com "aquilo com que se identifica" do que com "aquilo com que se parece ser".
(Clicando sobre o título acede ao site da FUNAI)
(Clicando sobre o texto a negrito acede ao blog Flor do quilombo)
(Clicando sobre o texto a negrito acede ao site do Observatório da Mulher)
(Clicando sobre o texto a negrito acede a algumas fotos da Comunidade Quilombola Furnas do Dionísio)
Eva e a Serpente
Ao ver esta foto de Peterson, Brian, de imediato lembrei o Livro de Genesis e a parábola da expulsão do Jardim do Éden...
Apresentando διάβολος tantas formas ao longo da eternidade em que acompanha e contraria יהוה(YHVH - Adonay), este disfarce foi sublime... mas seria Ele a mulher ou a serpente? ambas têm um perigoso encanto e exercem em mim, e na demais Humanidade, um certo fascínio, positivo ou negativo, mas exercem, ninguém lhes fica indiferente, a mulher por ser mulher e a serpente pelas conotações que se lhe colaram desde então e o medo que instilado e arreigado nos mores e tradições das mais diversas culturas leva a que a maioria dos cidadãos prefira evitar o contacto (as excepções só confirmam a regra), com ela.
Por falar no διάβολος vem-me à memória Baphomet, li há pouco um texto de uma não-amiga que se referia a um διάβολος que se cruzou com ela e por quem teve uma paixoneta, por assim dizer, ora o símbolo do Baphomet é fálico, visto que numa das suas representações há a presença literal do falo devidamente inserido num vaso (símbolo claro da vulva). O Baphomet de Levi possui mamas de mulher e o pénis é metaforicamente representado por um Caduceu. Este tipo de simbologia sexual aparece com frequência na alquimia (o coito do rei e da rainha), com a qual o ocultismo tem relação. Vêm estas lucubrações a propósito do descuido dessa não-amiga nos seus relacionamentos amorosos a ponto de se envolver com o Demo, ignorando a multiplicidade de facetas que Ele pode apresentar e sem cuidar de inspeccionar o dorso em busca do pentagrama invertido, antes fixando-se no torso atlético e bestial.
É certo que sobre Baphomet não há certezas, a mim encanta-me esta interpretação pelas nuances que encerra e as possibilidades que deixa ao livre arbítrio do intelecto individual na sua interpretação.
Voltando ao ponto de partida, ambas as personagens principais se deram mal... como sabemos...
A Mulher passou a perpetuar a espécie num momento de dor excruciante em que o novo ser é dado à Luz (cada vez mais cara!) rasgando as entranhas da progenitora numa sede de Vida; e a Serpente passou a rastejar ad eterno sem remissão nem redenção, embora tentasse sair de cena de "fininho"... em vão, aliás no chão...
Quanto ao protagonista, foi o primeiro a fazer papel de tótó... se conhecesse Trancoso, BA; o Meco, Portugal; St Tropez, França; ou a actual crise económico-financeira global, não teria passado pelas vicissitudes que passou e nos faz passar.
É caso para dizer:"ele há coisas do διάβολος!"...
Nota: Diabo (do latim diabolus, por sua vez do grego antigo διάβολος, transl. diábolos, "aquele que separa")
sábado, abril 11, 2009
Nacionalismo Negro
Ouvindo este trecho Ritm'n Poetry - RAP - de Kondekenu, assim se designa o cantor-autor, além da mensagem política sobressai a mensagem xenófoba relativamente aos Santomenses, por via da eventual ligação ancestral de José Eduardo dos Santos, presidente da República Popular de Angola, a S. Tomé e Principe. Este videoclip desencadeou uma série de comentários no Youtube, que evidenciam que além dos tradicionais problemas étnicos ainda há a considerar um emergente problema xenófobo e rácico, que infelizmente não ocorre só em Angola, no que concerne a África.
Admirei-me por não esperar que uma canção, que vale o que vale, pudesse suscitar tanta celeuma, afinal, na prática, apesar dos 127 comentários, a sua divulgação foi limitada e o seu efeito, em termos gerais, em, Angola e na diáspora, foi nulo. Mas dá que pensar...
Se acaso fosse mais divulgada e se se levantasse um debate sério sobre as questões que suscita, poderíamos estar perante mais um período de desequilíbrio e de conflito em Angola. Há ainda muitas feridas por sarar...
O título é o link para o visionamento do clip no Youtube.
Admirei-me por não esperar que uma canção, que vale o que vale, pudesse suscitar tanta celeuma, afinal, na prática, apesar dos 127 comentários, a sua divulgação foi limitada e o seu efeito, em termos gerais, em, Angola e na diáspora, foi nulo. Mas dá que pensar...
Se acaso fosse mais divulgada e se se levantasse um debate sério sobre as questões que suscita, poderíamos estar perante mais um período de desequilíbrio e de conflito em Angola. Há ainda muitas feridas por sarar...
O título é o link para o visionamento do clip no Youtube.
sexta-feira, abril 03, 2009
Find My Love
Hoje ao ouvir a RDP-ÁFRICA descobri os "Fairground Attraction" e este "morceau"... o título é o link... oiça também... e encontre-se... :D
quinta-feira, abril 02, 2009
A Luta
Uma referência solidária à luta levada a cabo por habitantes dos bairros atravessados pela Estrada L-14 na Ramada-Odivelas.
Clicando sobre o título acede-se à reportagem televisiva sobre a matéria.
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