domingo, abril 26, 2009

25 de Abril em Portugal



Ontem celebrámos o 35.º aniversário da "Revolução dos Cravos" que pôs fim aos 48 anos do "Estado Novo" dos Presidentes do Conselho de Ministros PhD Oliveira Salazar e PhD Marcello Caetano, sob as presidências de Marechal António Óscar de Fragoso Carmona, de General Francisco Hígino Craveiro Lopes e do Almirante Américo de Deus Rodrigues Thomaz.

Quando recordo esse dia, só me vem à ideia o não ter havido aulas, as estações emissoras radiofónicas só transmitiam música marcial e notícias e não entender nada do que se passava, apesar dos 12 anos e de ser filho de um preso político e militante anti-fascista. Mais tarde a revolução entrou-nos pela casa dentro na presença dos líderes do PAIGC que, de passagem por Lisboa para negociar a independência da Guiné e Cabo Verde, não deixavam de passar lá por casa para ver os filhos do Elisée Turpin.

Hoje é com alguma dificuldade que explico aos meus filhos o que foi o 25 de Abril e é com alguma preocupação que vejo que tendo vivido o momento, não captei na altura, nem me importei muito com isso, o valor das conquistas de Abril, as tais "portas que Abril abriu" de Ary dos Santos. E vejo que para os meus filhos não passa de mais um feriado em que os orgãos de soberania se desdobram em discursos que lhes não dizem absolutamente nada. Tal como a mim, então, não disse muito o evento que hoje celebramos.

Como Hector Berlioz disse:"O tempo é um óptimo professor. Pena que mata os seus alunos..."

1 comentário:

♥ Guida disse...

Se eu tivesse vivido o 25 de Abril e tivesse 12 anos, também não ia ligar muito ao que se tinha passado. Enquanto jovem que vive no 35º aniversário da revolução, creio que lhe faltou qualquer coisa. É claro que foi bastante importante, mas os labregos que já andavam a catrapiscar no governo não foram presos, não pagaram por coisas que fizeram e hoje continuam no governo. É indecente!

Beijinho