sexta-feira, maio 01, 2009

Bodysculpture/Bodyshape



Pergunto-me:"O que levará as pessoas a terem dificuldade em se aceitar como são?"

Não se trata de um mal geral, mas aqueles que padecem desse mal não são em número desprezável. É ver os números das clínicas de cirúrgia estética, quer em termos de consultas quer em termos de intervenções clínicas cirúrgicas invasivas ou não invasivas, ou médicas simplesmente.

Há dias no canal televisivo E! vi um documentário sobre as intervenções estéticas das movie stars de Hollywood... o preço da fama e a obrigação de se estar dentro do padrão imposto pela sociedade de consumo.

Bom, os standards modernos orientados pelas guidelines de uma vida regrada, uma alimentação saudável e muito exercício físico deveriam guiar-nos através dos cada vez mais anos que, em média, vivemos.

Onde estão os tempos de antanho onde "gordura era formusura"?

Porque nos dão produtos refinados, como as farinhas e o açucar, se depois nos dizem que são prejudiciais à saúde? Qualquer dia o pacote de açucar refinado,o pacote de sal, o da farinha de trigo ou de milho trarão no rótulo indicação similar àquela dos maços de cigarros: " este produto MATA!"

Para já não falar dos queridos enchidinhos (o diminutivo carinhoso é por conta do muito bem que me sabe comê-los), proscritos pela legião de Drs. nutricionistas, endocrinologistas e quejandos que infernisam a vida de qualquer gourmet que se preze por via das "doenças silenciosas" que se lhes alaparam... malditas... curiosamente são quase todas "qualquercoisaémias", hiperuricémia, dislipidémia, hipercolesterolémia... sei que, e.g., a diabetes e a hipertensão também fazem parte do rol e não são "émias", mas as excepções só confirmam a regra...

Não que não estejam científicamente correctos, mas com mil diabos... de que serve viver mais se nos cortam a ração e nos obrigam a correr que nem galgos após qualquer excesso alimentar para gastar as calorias em excesso?...

Porque me atiram com o meu IMC em cara e penalisam o meu seguro de vida por ter uns "quilitos" a mais, relativamente ao peso dito normal para o meu sexo, escalão etário e altura? porque é que nos elevadores surge a indicação: máximo 4 pessoas, 320 Kg... quando eu sozinho peso 122Kg...?

Os Sumotori são grandes e atléticos... os wrestlers também... e trabalham muito o físico...

Mas é uma espécie de indulgência moderna... primeiro pecamos pela boca... depois confessamo-nos, comungamos e pagamos aos cirurgião, nutricionista, endocrinologista e personal trainer o restauro da forma física padronizada e socialmente aceite.

E a carta de alternativas envolve procedimentos como Lipoescultura invasiva e não invasiva, Lipoaspiração, Drenagem linfática, Banda gástrica, Balões gástricos, etc.

Bom, se a sociedade, em geral, insiste em nos moldar... melhor não resistir e "em Roma ser Romano"...

Mas atenção a tentativa pode resultar em vexames... há que ter "jogo de cintura"...

Como "uma imagem vale mil palavras", aqui vos deixo um pequeno filme que ilustra o que digo.




 
Se não tem "estômago" para vexames destes, basta perder o amor ao "vil metal" e ... dê o corpinho ao manifesto em qualquer marquesa (mesmo que seja republicano convicto), mas não com qualquer Esculápio...




No final, se as coisas correrem bem e após ficar mais gordo que antes, temporariamente, devido ao inchaço, conseguirá as almejadas medidas socialmente correctas...



Pormenor: se não seguir os ditames e dictats a Natureza vinga-se devolvendo-o às suas formas originais, mais pobre e sacrificado... e esta hem?!...

1 comentário:

♥ Guida disse...

Bem, a tal placa do elevador que diz que o peso máximo é 320kg só está no meu elevador há uma semana. Antes disso, a placa dizia 300kg. Adequações à sociedade actual? Agora cabem lá 7 Joanas Margaridas e quase mais metade de outra :\

Lá está, cada um é como cada qual, e enquanto temos qualidade de vida, para quê exagerar? Temos que nos preocupar é com os extremos, como a senhora minha avó que está acamada e tem que perder 200kg e não se esforça minimamente por emagrecer. É de crer que haja alguém que, aos 67 anos, aceite estar completamente dependente das outras pessoas? Conscientemente? Chama-se egoísmo. Isto, sim, é preocupante. Tão preocupante como a obsessão das pessoas que querem, à força, corresponder a um estereótipo definido pela sociedade (e que raio de sociedade) e que não se encaixa minimamente com elas. Não creio que o quilo a mais na anca ou na barriga nem os números a mais na balança ou no colesterol devessem ser uma das maiores preocupações do mundo, com tanta outra coisa por onde puxar.

Beijinho